quarta-feira, 16 de maio de 2012

Será que ele está falando a verdade?

Por Sandra Maia | Amor e outras coisas


Tem muita gente tentando entender o que vai na cabeça do outro. Então, para estes de antemão respondo — impossível saber.

Podemos experimentar perguntar, analisar atitude e discurso, ficar atentos, presentes, prestar atenção, agora, saber mesmo, só se o outro quiser comentar.

E, por que tem que ser assim?
Somos humanos e como tal, imperfeitos. Erramos, por vezes mentimos, omitimos, usamos máscaras, fazemo-nos de felizes, compreensivos, manipulamos.

Nem sempre isso é proposital. Por vezes, é mesmo uma fuga. A forma como encontramos para nos defender.

E a única forma de não cair na armadilha da ilusão e do medo é abrindo o diálogo. Um diálogo aberto, franco, honesto, um diálogo de dois que deixam de lado a vaidade, o ego, a mentira.
Toda relação só pode ser revista, ou melhor, revisitada a partir do diálogo, da compreensão de um e outro.

Até porque é a partir daqui que a relação cresce.
Não dá para sair por aí almejando crescer, amadurecer etc, etc, se não soubermos para qual direção, qual sonho, qual visão vamos empreender. O que queremos, como queremos, o que esperamos da vida a dois.

Posto isso, fica aqui o convite. Ao invés de tentar a todo o tempo saber se o outro está falando a verdade, fique na sua verdade. Fique com a sua realidade. O outro, bem, este pode ou não falar o que pensa. Pode ou não entrar na relação. E, quanto a isso, só há uma escolha a fazer.

Ficar ou partir.
Quando em um relacionamento não conseguimos atingir o básico — a troca, tudo se torna impossível. E, então, quando vivemos com a sensação de que o outro mente, tudo fica complexo demais. Tornamo-nos controladores.
Deixamos de viver nossa vida para controlar o outro. Deixamos de viver a relação para viver atrás do outro. Deixamos de viver o sonho para entrar no pesadelo.

Um relacionamento, com essa dinâmica, acaba com a intimidade, a confiança, o respeito, o aprendizado e, pior, destrói a autoestima.
Se esse é o seu caso, experimente mudar o status da relação, busque ajuda, terapia de casal, movimente-se. A outra saída?

Romper. Deixar passar. Abrir-se para outra oportunidade.

Há momentos em que precisamos escolher lidar com a perda. Melhor perder o outro do que perder-se.

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